Modelo hidrogeológico de fluxo do flanco leste do Sinclinal Moeda (Quadrilátero Ferrífero – MG): Caracterização, impactos e perspectivas futuras para o Aquífero Cauê

 em Artigos Científicos e Teses Acadêmicas, FEFLOW

Autor: Celina Cenni de Castro Magalhães

Tese Acadêmica: Dissertação apresentada  ao  Programa  de  Pós-Graduação  em  Geologia.

Universidade: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 

Ano: 2023

 

Dissertação apresentada ao  Programa  de  Pós-Graduação  em  Geologia  da  Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Geologia.
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Sérgio de Paula
Co-orientadores: Profa. Dra. Marília Carvalho de Melo e Prof. Dr. Nilson Guiguer Junior

 

Resumo
O Aquífero  Cauê  é  de  grande  importância  para  o  abastecimento  hídrico  da  terceira  maior aglomeração  urbana do Brasil. A Região Metropolitana de Belo Horizonte está localizada em parte no Quadrilátero Ferrífero, que conta com intensa exploração de minério de ferro, atividade
que requer uso de água para o beneficiamento do minério e desaguamento das minas. Nesse contexto, esse trabalho visa construir um modelo hidrogeológico de fluxo do flanco leste do Sinclinal Moeda, com o  objetivo  de  avaliar  o impacto  regional no nível d’água subterrâneo entre os anos de 1999 e 2019. Além disso, pretende-­se estimar o rebaixamento previsto nos 20 anos subsequentes, de 2019 a 2039. Para isso foi construído modelo conceitual e computacional da área. O primeiro consistiu na definição de condições de contorno e unidades aquíferas, o cálculo de parâmetros hidrodinâmicos, balanço hídrico, reserva renovável e análise de fluxo. O segundo, desenvolvido no software FEFLOW, foi composto pela montagem do modelo, calibração em regime  permanente de  fluxo,  calibração  em  regime  transiente de  fluxo e  simulação do rebaixamento do nível d’água. Os  aquíferos Cauê,  Gandarela  e Moeda  foram  considerados unidades  aquíferas,  dentre  os  quais  o  Aquífero  Cauê  apresentou  a  maior  condutividade hidráulica  (9,45×10­7 m/s  em  média),  assim  como  a  maior  taxa  de  recarga,  com  38,7%  da pluviometria. O volume médio bombeado foi estimado em 41 milhões de m³/ano, equivalente a cerca de 150% da reserva renovável do Aquífero Cauê, calculada em 27 milhões de m³/ano. Como resultados  da  calibração do modelo em  regime transiente  estima-­se que entre  1999  e 2019  houve  redução  de  13,6%  no  escoamento  de  base da  área  como  um todo,  além  de  um rebaixamento médio de 10,4 metros no Aquífero Cauê e 2,2 metros nas demais unidades. O setor mais impactado foi o Central 2, que teve rebaixamento de cerca de 11,6 metros e 21,6% de redução  do  escoamento  de  base. Já a  simulação  do  período  de  2019  a  2039  resultou  no rebaixamento  de  mais  7,4 metros  em  média,  sendo  o  setor  Central  2  novamente o  mais impactado, com 10,8 metros de rebaixamento. Nesse período foi prevista redução de 7,6% do escoamento de base na área como um todo,  sendo 14,7% no Córrego Fechos, localizado no Setor Norte. Para integrar todos esses dados e gerar modelos mais robustos no futuro, sugere-se a instalação de uma rede de monitoramento que garanta a distribuição dos instrumentos pela área e a obtenção adequada e constante dos dados, tanto de vazão superficial quanto do nível d’água subterrânea. Isso aprimoraria a  gestão  adequada  dos  recursos  hídricos,  prevenindo a escassez hídrica para a população e o ecossistema.

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